quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Internos das casas de acolhimento terão mais uma aula de paisagismo, desta vez, no Cepema

O paisagismo está virando uma rotina na vida de crianças e adolescentes, respectivamente da Casa Menino Felipe (Camefe) e da Casa de Acolhimento Feminina. Na próxima sexta-feira, dia 4, das 14 às 17 horas,  os abrigados têm um encontro marcado com o verde no Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente da Universidade de São Paulo  - Cepema- USP. Na oportunidade, deverão produzir mudas de espécies nativas da Mata Atlântica: da ornamental Molungu, e da Pitanga, para a distribuição à população. A atividade faz parte de um projeto maior, que visa à integração desse segmento com a comunidade, conforme prescreve o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e ainda funcionar como atividade de educação ambiental e de ocupação prazerosa do tempo livre.
Quem falou sobre tal programação foi o biólogo do Cepema Alex Sandro da Cruz, que conduz em Cubatão o programa de Reserva da Biosfera do Cinturão Verde do Estado de São Paulo. Por meio dessa iniciativa, que abrange alunos da rede pública, crianças e adolescentes abrigados trocam informações com adolescentes de 14 a 18 anos, moradores de bairros distantes do Centro (Cotas, Água Fria, Pilões e Fabril), engajados no Programa de Jovens Meio Ambiente e Integração Social, o PJ Mais.
Praça Independência - O biólogo adiantou que ambos os grupos dos acolhidos deverão encarregar-se de colaborar, em março, com o cultivo de canteiros da Praça Independência, no Casqueiro, além de lá distribuir mudas. Vale lembrar que é meta da Administração tornar mais verdes os espaços públicos de Cubatão. E ainda que as praças vêm sendo a menina dos olhos do Executivo, que quer resgatar, na Cidade, o espírito da ágora (como era chamada a praça na Grécia Antiga), o berço da democracia. Haja vista que então tudo acontecia na praça, um espaço de reunião e de manifestação cultural, entre outros fins mais politizados.
Os paisagistas mirins vêm se mostrando bastante eufóricos com a tarefa. Na última sexta-feira, dia 28, passaram cerca de três horas no Parque Ecológico Cotia Pará e chegaram a produzir o total de 200 mudas da espécie ornamental chamada Coléus. Para tanto, empenharam-se na atividade três adolescentes da Casa de Acolhimento Feminina, acompanhadas de dois monitores, segundo o técnico de promoção social deste abrigo, Milton Calixto da Silva, um dos que participaram da visita. “As meninas aprenderam in loco sobre poda, desbaste e replantio”, frisou quanto às atividades desenvolvidas.  A Camefe levou 11 crianças e mais dois de seus monitores, conforme o técnico de promoção social da Casa, Maykon Hendirx Freire.
Destacou que a meninada já vinha tendo aulas teóricas sobre horta e paisagismo desde outubro. “O pessoal já tem noções de compostagem, aproveitamento de sobras de alimentos para adubar a terra; de utilização de minhocário; tendo o Cepema distribuído exemplares nele criados, e de transplantagem”, contou. Acrescentou que simultaneamente, na Camefe, são desenvolvidas atividades que reforçam tais conhecimentos por intermédio de vídeos, de livros didáticos e de outras atividades lúdicas.
Jiló, salsa e melão - Reiterou que na Camefe já existe uma horta de 15 metros quadrados, onde as crianças plantaram jiló, salsa e melão, a partir de sementes oferecidas pelo Cepema. “A atividade vem motivando bastante a criançada”, contou.  Entre os mais entusiasmados, João Vitor de 11 anos. “Olho a horta todo dia”, disse referindo-se ao gosto de acompanhar as mudanças que vão ocorrendo com o desenvolvimento das plantas.
Outro aficionado é Ataíde, de 10 anos. Mostrou orgulhar-se de ser um dos recordistas na produção de mudas e explicou como trabalham num esquema de linha de montagem: “Um vai enchendo a sacolinha de terra , e o outro vai plantando nessa terra”.
 Já July, de 11 anos, até perdeu a conta de quantas mudas ajudou a compor. “Ah... fiz um monte”. Disse que ajudou a plantar jiló na Camefe e que pretende vê-los em seu prato, sem se importar que sejam amargos. Certamente a atividade vem servindo também para promover a educação alimentar. E diferentemente de muita criança de sua idade, foi capaz de dizer: “Ah... eu gosto, sim, de verdura e de legume”.            
   

(Fonte: PMC)

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