quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Igualdade entre homens e mulheres é tema do Seminário Desafio de Gênero


“A mulher está aos poucos conquistando o seu espaço na sociedade, mas ainda falta muito para que as diferenças sejam corrigidas” com essas palavras a secretaria de Cidadania e Inclusão Social de Cubatão, Karina Cruz - abriu os trabalhos no Seminário Desafio de Gênero - Homens e Mulheres nas Relações de Trabalho, na tarde de quinta-feira, 20, no Bloco Cultural José Edgard da Silva, em Cubatão.
Roseli Maria de Oliveira, da Coordenadoria Especial de Política para as Mulheres falou da satisfação e alegria de estar à frente da coordenadoria. “Essa é mais uma vitória para as mulheres de Cubatão. Aqui lutaremos por melhores condições de saúde, emprego e na formulação de políticas públicas que atendam as necessidades dessa parcela da população”.
Representando o poder legislativo, o presidente da Câmara, Donizete Tavares do Nascimento ressaltou a importância desse debate. “A boa convivência entre homens e mulheres não deve ser prioridade das relações de trabalho, mas no cotidiano. Esse tema é atual e importante de ser debatido. A harmonia e o respeito mútuo devem reger as relações de trabalho entre as pessoas”.
A prefeita Marcia Rosa enfatizou que fazer mudanças significa fazer provocações. “Só se consegue uma sociedade igualitária, quando a relação entre homens e mulheres é harmoniosa. As mulheres já conquistaram muito, contudo, a caminhada ainda é longa para se chegar à igualdade de direitos”.  Hoje, segundo a prefeita as mulheres estão assumindo postos e funções consideradas exclusivamente masculinas. “Temos hoje mulheres trabalhando na construção civil e nas empresas como soldadoras, azulejistas, entre outras.”
Marcia Rosa ressaltou o Programa Pacto pelo Emprego que teve início no dia 7 de abril de 2009, que priorizava os jovens para a obtenção do primeiro emprego, a inclusão de pessoas com deficiência, as mulheres e os egressos do sistema prisional. A chefe do executivo finalizou dizendo que a luta é por uma sociedade mais humanizada e pelo espaço da mulher no mercado de trabalho, com oportunidades e salários equiparados.
Em seguida, Ilda Fiori, representando a Confederação de Mulheres do Brasil ministrou a palestra: “Individualidade e Respeito aos Espaços nas Relações de Poder”. A palestrante agradeceu o convite e parabenizou a Cidade. “Cubatão é um exemplo para o Brasil, por estar realizando esse debate com a presença da população e das associações que lutam pelos direitos da mulher”.
Ilda ressaltou que enquanto as mulheres não tiverem oportunidade a um trabalho produtivo (fora de casa), a situação de opressão continuará inalterada e desigual. “Nós conquistamos o direito de votar e ser votada, de estudar e se qualificar. Conseguimos espaço na sociedade e mostramos que somos capazes”.
Mas apesar dessas conquistas, diferenças ainda separam homens e mulheres. Um exemplo disso são os salários. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) 2008, as mulheres hoje representam 44% da População Economicamente Ativa (PEA) do país e 42% da população ocupada. No entanto, ganham, em média, 29,7% menos do que os homens. Ilda finalizou dizendo que para enfrentar e acabar com a desigualdade histórica entre homens e mulheres é necessário garantir a participação de todos na produção. “A luta pelo desenvolvimento interessa a todos, homens e mulheres”.
A mesa redonda com o tema: “Igualdade de Direitos e Respeito às Diferenças” foi composta pela psicóloga e membro da Associação de Mulheres Construindo Gênero Alair Bretas, que salientou a importância dessa discussão para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas às mulheres.
 A gerente de Relações Trabalhistas da Usiminas-Cubatão, Niedja de Andrade enfatizou a necessidade da qualificação e desmistificou a idéia das mulheres não ocuparem funções ditas masculinas.  “Na Usiminas, temos 1.300 funcionárias mulheres, algumas delas em áreas onde só trabalhavam homens.”
Alcina Peres, juíza titular da 2ª Vara do Trabalho de São Vicente e professora universitária de Direito do Trabalho na Universidade Santa Cecília, explicou que o modelo tradicional da relação trabalho-família é baseado na dicotomia entre o homem provedor e a mulher cuidadora. Para ela, a mudança nesse quadro será possível com avanços nas políticas públicas, na legislação e nas estratégias dos empregadores.
A representante da Confederação de Mulheres do Brasil, Ilda Fiori frisou que a discriminação e o preconceito entre homens e mulheres, não é culpa de um, nem de outro, mas sim, cultural, social e econômico.
 Os trabalhos da mesa redonda tiveram como mediador o professor doutor em psicologia clínica pela USP, especializado em psicologia clínica e escolar, doutor Mohamad Ali Abdul Rahim. A população participou fazendo perguntas e apresentando sugestões por escrito ou oralmente aos membros da mesa. Todos os questionamentos, que não foram respondidos no local por questão do tempo, serão respondidos posteriormente, por meio de cartas e/ou e-mail.
Participaram do encontro a prefeita Marcia Rosa, os secretários municipais, representantes de associações, sindicatos, clubes de servir, entidades, Ongs, imprensa, aprendizes do Camp, funcionários da Prefeitura e a população. O evento teve o apoio da Usiminas, Ciesp e do Banco do Brasil.


(Fonte: PMC)

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