Um músico da Banda Sinfônica de Cubatão realizou um sonho que poucos instrumentistas do mundo têm oportunidade de ver concretizado em sua jornada profissional: o trompista Marcelo da Silva participou de sessões de gravação nos estúdios da Sony, que produz as trilhas sonoras para os filmes de Hollywood. A estadia de Marcelo nos Estados Unidos durou pouco mais de um mês e incluiu, ainda, aulas com um dos maiores trompistas da atualidade, James Thatcher.
O convite para o cubatense ir até Los Angeles partiu do próprio professor norte-americano, que conheceu o trabalho de Marcelo através de outros músicos, amigos em comum. Marcelo participou de oficinas ao lado de James Thatcher, trazendo na bagagem truques sutis que facilitam a vida do músico e produzem uma sonoridade mais sofisticada. O músico norte-americano, com pouco mais de 50 anos, já dividiu o palco com nomes como Frank Sinatra e Michael Jackson. Uma aula de Thatcher hoje custa cerca de R$ 500,00 (US$ 300).
O músico cubatense percorreu os estúdios da Universal, Warner, e participou de duas gravações na Sony, sendo que uma das trilhas era uma encomenda da Disney, para um desenho que ainda nem recebeu nome. Em outro dia, pôde acompanhar a preparação dos músicos para dar início às canções que vão compor a superprodução “Piratas do Caribe 4”. “Foi maravilhoso conhecer os músicos que fazem parte da Orquestra, pessoas de várias partes do mundo. Fiquei impressionado com o nível deles”, afirmou.
Marcelo aprendeu algumas técnicas de uso da trompa na gravação de trilha sonora para filmes, que é bastante diferente de tocar em uma orquestra, por exemplo. “É preciso de muita concentração, pois não podemos errar. Os estúdios pagam milhões de dólares por essas músicas e precisam de um retorno em qualidade dessas orquestras; a pressão psicológica é enorme. Além disso, fazer aulas com o Thatcher foi um sonho realizado para mim”, disse, ainda emocionado com a oportunidade.
Nascido em Cubatão, Marcelo da Silva conheceu a música aos sete anos, quando tocava corneta e trompete na fanfarra do colégio. Na adolescência, fez aulas de teoria musical e instrumentos de sopro com os maestros Roberto Farias, Sidney Gomes e Olavo Bellintani. Ainda jovem passou a integrar a Banda Sinfônica de Cubatão. Já participou de várias orquestras pelo Brasil, inclusive a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Hoje também dá aulas em projetos sociais como o Programa BEC (Banda Escola de Cubatão) e Instituto Baccareli.
Esta é a segunda vez que Marcelo da Silva vai aos Estados Unidos. Em 2009, o músico ganhou uma bolsa de estudos da Universidade de Indiana e fez um curso no nível de doutorado com o trompista Myron Bloom, um dos mais importantes instrumentistas contemporâneos. “Para mim, percorrer o mundo por causa da música é demais”, diz Marcelo.
(Fonte: PMC)
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