terça-feira, 15 de março de 2011

Um músico cubatense em Hollywood

Um músico da Banda Sinfônica de Cubatão realizou um sonho que poucos instrumentistas do mundo têm oportunidade de ver concretizado em sua jornada profissional: o trompista Marcelo da Silva participou de sessões de gravação nos estúdios da Sony, que produz as trilhas sonoras para os filmes de Hollywood. A estadia de Marcelo nos Estados Unidos durou pouco mais de um mês e incluiu, ainda, aulas com um dos maiores trompistas da atualidade, James Thatcher.
O convite para o cubatense ir até Los Angeles partiu do próprio professor norte-americano, que conheceu o trabalho de Marcelo através de outros músicos, amigos em comum. Marcelo participou de oficinas ao lado de James Thatcher, trazendo na bagagem truques sutis que facilitam a vida do músico e produzem uma sonoridade mais sofisticada. O músico norte-americano, com pouco mais de 50 anos, já dividiu o palco com nomes como Frank Sinatra e Michael Jackson. Uma aula de Thatcher hoje custa cerca de R$ 500,00 (US$ 300).
O músico cubatense percorreu os estúdios da Universal, Warner, e participou de duas gravações na Sony, sendo que uma das trilhas era uma encomenda da Disney, para um desenho que ainda nem recebeu nome. Em outro dia, pôde acompanhar a preparação dos músicos para dar início às canções que vão compor a superprodução “Piratas do Caribe 4”. “Foi maravilhoso conhecer os músicos que fazem parte da Orquestra, pessoas de várias partes do mundo. Fiquei impressionado com o nível deles”, afirmou.
Marcelo aprendeu algumas técnicas de uso da trompa na gravação de trilha sonora para filmes, que é bastante diferente de tocar em uma orquestra, por exemplo. “É preciso de muita concentração, pois não podemos errar. Os estúdios pagam milhões de dólares por essas músicas e precisam de um retorno em qualidade dessas orquestras; a pressão psicológica é enorme. Além disso, fazer aulas com o Thatcher foi um sonho realizado para mim”, disse, ainda emocionado com a oportunidade.
Nascido em Cubatão, Marcelo da Silva conheceu a música aos sete anos, quando tocava corneta e trompete na fanfarra do colégio. Na adolescência, fez aulas de teoria musical e instrumentos de sopro com os maestros Roberto Farias, Sidney Gomes e Olavo Bellintani. Ainda jovem passou a integrar a Banda Sinfônica de Cubatão. Já participou de várias orquestras pelo Brasil, inclusive a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Hoje também dá aulas em projetos sociais como o Programa BEC (Banda Escola de Cubatão) e Instituto Baccareli.
Esta é a segunda vez que Marcelo da Silva vai aos Estados Unidos. Em 2009, o músico ganhou uma bolsa de estudos da Universidade de Indiana e fez um curso no nível de doutorado com o trompista Myron Bloom, um dos mais importantes instrumentistas contemporâneos. “Para mim, percorrer o mundo por causa da música é demais”, diz Marcelo.

(Fonte: PMC)

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