segunda-feira, 21 de março de 2011

OMS alerta para risco de radiação em alimentos no Japão

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira que a radiação nos alimentos após o terremoto que danificou uma usina nuclear no Japão é mais séria do que o previsto. O alerta diminui o clima de otimismo que predomina desde que engenheiros conseguiram conectar cabos de energia a todos os seis reatores do complexo de Fukushima e ligaram uma bomba de água em um deles para reverter o superaquecimento que desencadeou a pior crise nuclear mundial em 25 anos.Também nesta segunda, o governo japonês proibiu a distribuição de alguns alimentos procedentes de Fukushima e três províncias vizinhas, que foram contaminados pela radiação da central nuclear. Enquanto prosseguiam os esforços para controlar a temperatura dos reatores, a radioatividade na região contaminava alguns alimentos, como o leite, o espinafre e uma verdura local similar, conhecida como "kakina".
A descoberta alarmou os consumidores. mas o governo insistiu que o nível de radiação, mesmo acima dos limites legais, não é prejudicial à saúde, exceto se certos alimentos forem consumidos repetidamente. Ainda assim, por precaução, as autoridades restringiram a distribuição de leite, espinafre e kakina procedentes de Fukushima. Nas províncias vizinhas, como Ibaraki, Gunma e Tochigi, a venda dos dois vegetais também foi limitada.O porta-voz do governo, Yukio Edano, pediu aos cidadãos que não entrem em pânico e mantenham a calma e assegurou que os produtos que já foram para os mercados "não vão causar nenhum dano à saúde dos consumidores". As medidas são temporárias e sua duração dependerá do que for determinado nas verificações de radiação, disse Edano, que ressaltou que a prioridade agora é "solucionar a situação na usina nuclear".
A contaminação dos alimentos também se tornou um sério problema para os agricultores. Por isso, o governo japonês anunciou nesta segunda-feira que haverá indenizações para aqueles que foram afetados e assegurou que adotará medidas para evitar a disparada dos preços.
Água - Os danos nos reatores da central de Fukushima I fazem com que, diariamente, os níveis de radioatividade tenham que ser medidos em toda a região. Segundo o governo, no entanto, os índices não aumentaram. Foi detectada a existência de substâncias radioativas na água de nove províncias, incluindo Tóquio, embora também neste caso as autoridades insistam que os níveis estão muito abaixo dos limites e não representam perigo à saúde. A única exceção fica na própria província de Fukushima, onde as autoridades recomendam não beber água corrente.
Pessoas se amontoam para comprar alimentos em Sendai, uma das cidades mais devastadas pelo Tsunami. Há temores de que a radiação afete a qualidade da comida no Japão (Toru Yamanaka / AFP)

(Fonte: Agência Reuters)

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